As pressões do dia tem um poder considerável de expor as verdadeiras falhas de liderança. É muito fácil manter as máscaras diante da certeza, do estável, do previsível. São as atitudes de liderança em tempos de crise que de fato mostram o nível de maturidade da gestão para lidar com aquela situação.
Então imagine a seguinte situação:
Era uma vez uma equipe, com uma noção clara de seu fluxo de trabalho, consciência de suas entregas. Tudo previsível e constante, a segurança ali era parte importante da estabilidade emocional de todos. O líder já tinha desenvolvido um claro entendimento de como se comunicar, como manter um diálogo aberto e transparente. Resumindo, era uma equipe feliz e então chegou a pandemia…
Aqui usamos a situação pandemia, mas podemos utilizar qualquer situação de crise que gere incertezas, instabilidade, mudanças. E então, a liderança que ia bem, passou a ir de mal a pior.
Estou acompanhando muitas situações assim, com essa transição abrupta para o trabalho remoto muitas lideranças deixaram de fazer sentido. Como lidar com isso?
Você já ouviu sobre liderança situacional?
Esse é o tipo de liderança que se adapta as situações do cotidiano e essa adaptação acontece de acordo com o estilo de liderança, a maturidade da equipe e a complexidade da situação. Gosto bastante desse formato, porque ele trabalha o desenvolvimento da equipe.
Um erro muito comum é achar que a liderança é sempre a mesma! Não existe uma liderança que sirva sempre a todos os propósitos, é importante ter esse feedback do contexto.
A relação é muito clara: qual a tarefa a ser executada e qual o grau de apoio, orientação e direção será dado de acordo com a maturidade da equipe
O que é maturidade?
É a autorresponsabilidade de alguém sob suas atitudes diante das circunstâncias. Essa maturidade tem alguns níveis:
- Baixa confiança por desconhecer aquilo que será feito, não sente segurança para agir;
- Existe uma certa experiência para agir, tem motivação, mas precisam de apoio;
- Tem alto nível de experiência para agir, mas falta motivação para tal;
- Alto nível de conhecimento e motivação para realizar;
Com base nesses níveis de maturidade, como agir?
Fica claro que não faz sentido delegar para alguém inseguro, ou direcionar alguém que tem noções claras do que fazer e está disposto a agir.
São algumas situações:
- Quando você direciona? Quando falta maturidade e segurança. Aqui sua atitude como líder é para direcionar a acompanhar. Transmitir segurança é importante. Por exemplo, quando vai implantar algo novo, que a equipe desconhece. É o literalmente pegar pela mão e ensinar o passo a passo. Liderar pelo exemplo;
- Quando você orienta? Quando existe motivação para agir, mas falta conhecimento. Aqui é a hora de dar insights, direcionar para treinamento. Isso vai aumentar a autonomia para ação;
- Quando você apoia? Normalmente o apoio acontece quando a equipe está buscando mais autonomia, quer aumentar o nível de satisfação e motivação. Esse é o momento de deixar a equipe evoluir, aprimorar, errar, aprender.
- Quando você delega? Aqui já existe um nível de conhecimento para agir e auto confiança, preparo emocional para lidar com as consequência das próprias decisões.
Direção à Orientação à Apoio à Delegação
Pensando em tudo isso que falei, você tem adaptado sua liderança ao nível de maturidade do time diante da pandemia?
As coisas mudaram, pessoas que você delegava, você passa a apoiar, pessoas que você apoiava, você passa a orientar. Pessoas que você orientava, você passa a direcionar.
Gostou desse artigo? Deixe seu comentário, me diga como você ou a liderança do seu trabalho está agindo diante desse novo cenário!
Eu também gravei um vídeo onde explico cada momento da liderança situacional, acesse o vídeo aqui!