Na hora de encontrar culpados a respeito de nossa própria vida a lista é grande… o primeiro impulso é sempre aquele de olhar para fora. Se o governo fosse assim, se a economia estivesse de outra forma, se aquele amigo tivesse me auxiliado, se aquela oportunidade me tivesse sido dada.
Nada errado em você pensar dessa forma, mas você já percebeu de que maneira isso te limita?
Não vou cair naquela balela de sempre de que basta você assumir a culpa de tudo, que tudo magicamente passará a dar certo e sua vida vai mudar. Não é bem a questão de assumir a culpa que muda o seu jogo de vida, mas o ato de trabalhar sua própria perspectiva diante de uma mesma situação.
O que muda a vida é a capacidade de criar opções de saída, de mudança e para isso você tem que ampliar sua percepção de mundo.
Quando vejo alguém reclamando da própria vida, vejo alguém me abrindo sua visão de mundo, que em certos momentos foi construída pela própria pessoa, em outros foi adquirida pelo convívio social ou familiar, em certos momentos é original em outros é simplesmente uma cópia de uma visão de mundo que o agradou.
Nossa mente é um grande sistema de inputs que nos levam a ação e geram resultados. Então a atuação na mudança de resultados está diretamente relacionada ao nosso entendimento a respeito de uma situação.
Quando você se der conta de quais percepções estão ancoradas na sua leitura de mundo, ficará muito mais fácil acionar novas perspectivas ou até mesmo barrar atitudes que podem te prejudicar.
Como faço isso?
Pega uma mesma situação e amplia sua perspectiva diante dela, por exemplo:
Situação: Levei uma fechada no trânsito e fiquei com raiva
Percepção 1: Essa cidade só tem motorista ruim (percepção ancorada).
Ação: Passei a dirigir de forma mais agressiva e xingar outros motoristas.
Resultado: Tive outras situações que me tiraram do sério ao longo do caminho.
O segredo aqui é você se perguntar: O que mais percebi dessa situação?
Anote essas novas percepções e comece o processo de identificar origens:
1. Essa percepção surgiu quando? Alguém me falava isso? Eu convivi com alguém que tinha uma atitude assim?
2. Essa percepção me gera qual estado emocional? Esse estado me auxilia ou me limita?
3. O resultado dessa percepção foi positivo? De que forma poderia ter sido diferente?
Com essas respostas você passa a ter uma nova percepção sobre a situação. Com mais recursos sobre a ação em si, o estado mental gerado, o comportamento e os resultados que obteve.
Para fechar o ciclo você precisa simplesmente mudar essa ancoragem. Atrelar ela a outra percepção e uma emoção gerenciadora positiva.
Situação: levei uma fechada no trânsito e fiquei com raiva
Nova percepção: preciso ficar mais atento
Ação: dirigir com mais atenção
Resultado: estado de atenção redobrada
Fazer essas reflexões é o primeiro passo para ampliar sua perspectiva diante das situações do seu dia a dia. Com novas ancoragens você pode criar novos estados mentais e passar a ter novos resultados, quebrando ciclos e rompendo seus próprios paradigmas.
E aí? Onde você vai amarrar seu bode?