O que será que vem pela frente quando falamos de marketing e principalmente do universo digital? Quais devem ser nossos próximos passos? O que eu devo fazer em relação ao meu negócio?
A nossa conversa hoje é um exercício de pensar lá na frente e trazer alguns insights sobre coisas que estão acontecendo no mercado em um período de curto, médio e longo prazo, que podem afetar o seu negócio. Vamos lá!
1. Inflação dos Anúncios
A primeira coisa que acredito que mudará é o valor dos anúncios pagos. Há três anos, já havia ficado claro no mercado que o orgânico estava em queda e a mídia paga ia sobrepor o orgânico. Esse processo foi muito acelerado pela pandemia, mas já estava acontecendo, tanto que muitas pessoas que desconsideravam completamente o anúncio pago, passaram a incluir uma estratégia de tráfego no dia a dia.
Por isso, o que vem pela frente é a inflação dessa mídia paga. Aqui no Brasil o custo sempre foi muito menor do que nos Estados Unidos, dessa forma, há uma margem considerável para o aumento destes valores, principalmente considerando o tamanho da nossa população.
Lembrando que, em algumas regiões do Brasil ainda existe uma arbitragem muito clara de oportunidade em relação aos investimentos em anúncios, só que essa é uma tendência irreversível. A partir do momento em que o digital passa a ser o carro chefe de qualquer estratégia de marketing, o valor sobe consideravelmente.
A minha dica para lidar com esse ponto é: prepare o bolso, porque o custo de anunciar vai subir!
2. Valorização de profissões ligadas ao Marketing
Se teve uma coisa que a pandemia fez foi: eliminar amadores do mercado. Não tem mais como você contar com o seu sobrinho para ficar fazendo postagens, você não pode mais se agarrar na ideia de que o seu negócio está funcionando no digital quando, na verdade, está fazendo isso.
Se, quem ficou no mercado, ficou pela profissionalização, entendimento e capacidade de se adaptar às variações do mercado digital, a tendência para os próximos anos é que esse profissional comece a ser mais valorizado, assim como os serviços de marketing.
Desde o começo do ano, profissões relacionadas ao digital já foram apontadas como profissões do futuro. Mas há um grande porém nesta história, uma coisa é você ser realmente profissional nesse mercado, saber o que está fazendo, buscar levar resultados para os negócios e se aprofundar no que está buscando, outra coisa é você simplesmente ir fazendo de qualquer jeito.
3. Ruptura da Dominância
Outro ponto que vejo que acontecerá é a ruptura da dominância das principais plataformas hoje, que são o Facebook e o Google. O mercado se fragmentará.
O primeiro Player que vem para quebrar essa hegemonia da digitalização é a Amazon. Isso já é claro nos Estados Unidos, com relação à ferramenta de anúncios que eles possuem e o poder deles em relação ao marketplace, então é bem provável que a Amazon venha a fazer parte do nosso dia a dia quando se trata de estratégias digitais.
Até porque, pensando por uma linha de marketplace e uma interface de e-commerce ou venda online, se você usa esse espaço como ferramenta você pode ter estratégias de impulsionamento associadas a própria Amazon, ou linkar uma estratégia de tráfego de conversão usando o Facebook e o Google. Mas a lógica mais clara é usar a própria Amazon para isso.
Tanto que, o Mercado Ads, que é a ferramenta de anúncio do Mercado Livre está se intensificando, sendo a prova de que vai ser necessário esse tipo de incorporação na estratégia digital como um todo. Então outras plataformas passarão a dominar esse espaço.
4. Mudança dos Indicadores
Outro fato em relação ao futuro do digital é a questão da mudança de avaliação de indicadores. Uma métrica que era relevante no digital era a audiência, e isso era medido pelo número de seguidores e inscritos, mas deixou de fazer sentido. Quem usava essa métrica percebeu que a mesma não funciona mais.
A métrica hoje, com relação à audiência é a atenção e o fluxo de atenção que você consegue estabelecer independente de base de inscritos e base de seguidores. Até porque hoje, quem tem uma base de 1 milhão de seguidores ou 1 milhão de inscritos não consegue falar com todo mundo. Essa pessoa precisa investir para ter acesso a toda essa base.
E o que isso significa? Os algoritmos não vão mais distribuir considerando a base ativa atual, vão distribuir por atenção, afinidade e impacto, isso já vem acontecendo e a tendência é que você tenha que pagar para acessar sua base.
Então, não faz mais sentido ficar comprando seguidor ou buscando aumentar base de seguidores. O que realmente faz sentido é a audiência que está prestando atenção na estratégia que você está rodando no digital.
Essa é a nova audiência, essa é a nova métrica que você tem que olhar e considerar.
5. Extração da Base de Dados
Um último ponto é que, vai ser muito comum, empresas que trabalham com extração de base de dados, trabalharem com calibragem de algoritmos.
Os algoritmos estão tendendo a passar por uma fase de aprendizagem mais lenta, então qualquer base que você possa imputar nesse algoritmo, para fazê-lo aprender mais rápido, passa a ter mais sentido. Mas, vai ser um desafio saber como nós vamos fazer isso, sem violar políticas do Facebook, Google e questões de LGPD que estão vindo com muita força.
Outro tipo de extração de base de dados são as pessoas que tentarão pegar a atenção da audiência e migrar para uma base própria, nessa base própria eu não falo só de e-mail e telegram, e sim uma base nova.
Começa a fazer sentido Players muito grandes que tentam migrar para ferramentas que controlam a sua própria audiência e distribuição. Podemos ver isso acontecendo com mais força no futuro. Mas, algumas pessoas já começaram a fazer isso, por exemplo, o Flávio Augusto que lançou o aplicativo do Geração de Valor e alguns youtubers que lançaram aplicativos que distribuem 100% para a base, que é outra forma de avaliar que esses movimentos estão acontecendo no mercado.
E aí? Ficou com medo do que vem pela frente? Espero que esses insights te ajudem a refletir sobre sua caminhada.
Grande abraço!